Templários

A Ordem do Templo de uma perspectiva histórica.

segunda-feira, maio 16, 2005

Os Assassinos de Alamut

Peço desculpa pelo facto de não ter posto novos posts mas o trabalho já começa a ser algum e como tinha prometido a “canibal amestrado por isis” debrucei-me sobre um factor na história das Cruzadas “os Assassinos”. Pouca informação existe e esta foi a que consegui reunir principalmente de Amin Maalouf e de alguma cronologia. Terei que dizer que durante a minha investigação não aparece qualquer relação historicamente provada entre a seita e a Ordem do Templo e por tal apenas direi que o que foi dito por mim da relação vassalagem diplomática ficará em stand-by ou como quiser, no entanto apresentei uns pontos que podem apoiar a ideia.
Hassan as-Sabbah nascerá por volta de 1048 em Rayy perto do actual Teerão.
Aderente da doutrina xiita dominante na Ásia muçulmana a região da Síria pertencia aos Fatimidas do Egipto e a Pérsia era controlada por outra dinastia xiita, os Buídas durante a sua juventude a situação inverte-se os Seljúcidas ortodoxos sunitas apoderam-se da região e o xiismo será perseguido Hassan parte para o Egipto então o ultimo lugar xiita no Cairo entra em contacto com outros xiitas e com o hashish( a erva da segurança) é explicado que a ação de Hassan será em principio um ataque a partir de dentro do próprio território dos seljúcidas para ajudar Nizar filho do Califa al-Mustansir do Egipto quando este sucesseder ao trono novamente a balança inverter e os Seljúcidas serem derrotados não existe a certeza absoluta neste plano no entanto talvez seja muito certo pois o vizir Badr el-Jamali é quem controla o Califa e quanto ao seu filho Nizar este é morto por Al-Afdal que herda o vizirato de seu pai, em 1094,esmaga implacavelmente os amigos de Nizar e o emparedra vivo. Portanto Hassan ficará sozinho com inimigos em ambas as frentes a Síria passará a ser o local ideal para estabelecer uma base estável para o seu poder. Alepo é a cidade onde os homens de Hassan vão iniciar a sua campanha;isto já depois de Alamut ter sido conquistada em 1090 e a 14 de Outubro de 1092 Nizam el Mulk o grande obreiro do poderio sunita seljúcida e da luta contra o xiismo ser morto por um adepto de Hassan com uma punhalada.
Alepo estava sob domínio de um sejúcida chamado Redwan este será aliciado por um pregador persa que lançará as bases e depois será aconselhado por Ibn-Taher ambos agentes de Hassan, o poder exercido será tão grande que qunado Redwan morre já o seu poder causa inveja e ódio ambas as doutrinas passam agora a mostrar inimizade a Hassan: os sunitas devido ao assasinato de Nizam el Mulk e os xiitas devido ao rompimento com os fatimidas do Egipto. É portanto claro que se uma força nova entrar em cena os assasinos olharam para ela com bons olhos, ou seja o facto dos franj (nome dado aos francos, posteriormente será dado aos cruzados sejam francos ou não) considerarem xiitas e sunitas como iguais agradará aos homens de Hassan.
Este ódio reflectir se à em Alepo pela morte de Redwan, Ibn al-Khachab um sunita será o responsável pela sublevação de Alepo contra Ibn-Taher e seus seguidores sendo estes perseguidos, acossados linchados e lançados das muralhas por volta de 1113.
Este incidente fará os homens de Hassan mudarem de táctica passando a actuar na “sombra” e não tão publicamente quando o fazem já a sua rede é tão poderosa que conseguem importantes protectores nomeadamente o atabeque de Damasco e o seu vizir.
Em 1124 O cádi dos Cádis de Bagdade, Abu-Saad al-Harawi que tinha sido o primeiro a chefiar uma manifetação de cólera contra a invasão franca tornando-se uma grande autoridade religiosa cai morto na mesquita de Hamadã atacado por adeptos de Hassan que fogem sem serem perseguidos tal era a sua fama.
Ibn al-Khachab que era agora o governante de Alepo e tinha conseguido defendê-la contra tropas francas é em 1125 morto ao sair da mesquita de Alepo após a oração do meio-dia por um homem vestido de asceta que lhe crava um punhal no peito vingando assim a morte de vários membros da seita.
É apartir daqui que nenhum homem já critica a seita publicamente,em 26 de Novembro de 1126 al-Borsoki, poderoso senhor de Alepo e de Mossul, dirige-se como habitualmente á mesquita; e encontrando-se de sobreaviso usava uma cota de malha onde a ponta de um punhal não conseguia penetrar e rodeava-se sempre de guardas; os assassinos estavam a um canto vestidos de sufis de repente saltam contra o emir e desferem-lhe diversos golpes quando vêm que os punhais não o atingem golpeiam a cabeça do emir e acabam por lhe acertar na garganta.
A situação diplomática é a seguinte com o controlo de diversas áreas pelo medo ou pelo aliciamento, os assassinos, não tem muitas dificuldade em manter um poder coeso os seus emissário encontram-se muitas vezes em Jerusalém a sua aliança com os franj já é evidente e apesar de despertar ódios e sentimentos de traição ao mundo árabe não puderam ser ouvidos pois ou não o dizem publicamente ou o punhal ou o veneno encarregam-se de silenciar quem está contra a seita.

A possível ligação com os Templários
Historicamente\documentalmente ainda não está comprovada qualquer ligação
A meu ver teve que existir pelo menos uma estreita ligação entre os dois.
Primeiro os templários também estavam em Jerusalém e ajudavam o rei de Jerusalém nos combates não escoltavam apenas os peregrinos. Sabiam da aliança com os assassino e o rei e por isso as incursões e ataques aos territórios dos assassinos não são referenciados.
Segundo os templários administravam um pequeno território na terra santa, tal como os hospitalários, este território fazia muitas vezes fronteira com o território controlado pelos assassinos, por isso não seria estranho estarem em comunicação.
Terceiro durante um problema sucessório pelo trono de jerusalem formou-se dois blocos um o de Guy de Lusignan e dos Templários o outro o de Conrad de Montferrat e posteriormente de Philippe de Champagne. Apoiados pelos hospitalários.
Ora o trono já estava nas mãos de Conrad quando os assassinos o mataram, a razão poderia ter a ver com um barco pertencente à seita e afundado por Conrad no entanto Philippe casa com a viúva de Conrad e passa a designar-se rei de Jerusalém não o faz durante muito tempo pois “cai” de uma janela. O primeiro ainda se coadunava com o modus operandi da ordem não mostrar fraqueza mesmo para os aliados no entanto o segundo já será estranho.
Seja como for talvez algum dia apareça algum manuscrito que nos ajude neste caso, até lá apenas posso dizer o que está comprovado, existia uma aliança tácita entre o reino de Jerusalém e os assassinos.

5 Comments:

At 1:06 da tarde, Blogger Templar said...

Caro chronos, como está indicado no nome do meu blog apenos vejo os templários de uma visão histórica é exatamente devido ao misticismo que rodeia a Ordem do Templo que resolvi criar este blog.
Conheço a história das Cruzadas contra os Albigenses e se fizer algum post poderá ser apenas sobre a implantação templária na mesma região e sobre a recruta na mesma area.
Cumprimentos

 
At 11:46 da manhã, Blogger Templar said...

De nada.
Cumprimentos

 
At 3:08 da manhã, Blogger Pantaleão said...

A questão da provável existência entre Templários e a seita do Assassinos aparenta ser de uma simplicidade cortante. Tanto uns como outros tinham um inimigo comum. Para os primeiros seriam os muçulmanos no seu sentido lato não obstante não seria completamente inconveniente a realização de pactos entre as duas organizações sobre o poder sarraceno dominante. Era frutuoso tanto para uns como para outros. "Os inimigos dos meus inimigos meus amigos são". No fundo é isto, certo?

 
At 12:57 da tarde, Blogger Templar said...

Sim de facto,seria de todo impensável os Assassinos terem diversas frentes de combate nunca conseguiriam resistir,a aliança com os Cruzados, cito Reino de Jerusálem, é a demonstração que tinham pelo menos um aliado, a Ordem tinha muito poder na Terra Santa, por isso "Os inimigos de meus inimigos meus amigos são" está correta tirando depois oscilações politicas internas tanto muçulmanas como cristãs na Terra Santa.

 
At 6:54 da tarde, Blogger Unknown said...

Hassan as-Sabbah foi companheiro do prórpio vizir do califa, a quem mandou assassinar e de Omar Khayyam, matemático ilustre e poeta dos Rubaiyat: do vinho, das rosas e do amor.

 

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