Templários

A Ordem do Templo de uma perspectiva histórica.

sexta-feira, novembro 17, 2006

O Poderio Financeiro do Templo-Parte 2

Tanto o espírito originário da Ordem baseado no valor penitencial da pobreza, quanto a exigência de reservar todos os recursos para os custos consideráveis da guerra, orientaram as normas no sentido de impor penas muito severas em relação á apropriação pessoal de dinheiro e também de objectos pertencentes á Ordem, o valor máximo que um templário podia deter era de 4 denários que era uma soma irrisória para a época, para alem desta soma considerava-se a culpa de furto e provocava a expulsão da Ordem.Este teor disciplinar criou ao Templo uma reputação de honestidade férrea que ainda se mantinha intacta na época do processo,levando ricos particulares e soberanos a depositar os capitais próprios nos cofres da Ordem,os templários custodiavam-nos fielmente mas sobretudo faziam render o dinheiro que lhes era confiado.Outro caso que demonstra a rigidez do Templo face ás finanças foi protagonizado durante uma expedição de Luís IX,o seu irmão é capturado e é pedido um elevado resgate que tinha de ser pago,com falta de liquidez e longe do seu reino Luís IX dirige-se ao Templo para um empréstimo:Um navio templário aparelhado com um cofre fechado á chave encontrava-se na vizinhança.Logo deduz-se que a ideia do rei fosse usar esse dinheiro para o resgate e posteriormente devolver o dinheiro á Ordem,no entanto não era permitido pelas normas templárias fazer uso do dinheiro de outras entidades de carácter particular ou politico mesmo que numa emergência só o grão-mestre teria o poder para revogar essa norma e declarar uma emergência podendo então o dinheiro ser utilizado,mas o problema agrava-se pois o grão-mestre da altura era Guillaume de Sonnac e este tinha morrido heroicamente na batalha de Al Mansurah e o processo para escolher outro grão-mestre demorava uma semana.Nesta situação fica um comandante encarregado de governar a Ordem até um novo grão-mestre ser eleito,ora um comandante não tem todo o poder que um grão-mestre tem e isso neste caso impede que o comandante possa libertar o dinheiro para o resgate.

Era então comandante Etienne d’Otricourt podendo apenas seguir as normas estabelecidas,entra numa troca de insultos com o senhor de Joinville que era da opinião que se deveria tomar o dinheiro pela força sem qualquer respeito pelas normas e leis templárias,a situação será resolvida pelo marechal da Ordem Raynaud Vichers, homem astuto e com grandes qualidades diplomáticas consegue divisar um estratagema que não vá contra as normas e leis da Ordem e ao mesmo tempo satisfaça Luís IX:Se o rei perpretasse o furto a Ordem não poderia impedir mas a Ordem poderia ser ressarcida do prejuízo com o dinheiro que Luís IX tinha nos cofres da Ordem em Acre,terminando assim com a contenda sem problemas de maior.